Depois de décadas de queda da área plantada de arroz em Mato Grosso, especialmente na região de Cerrado, também conhecido como “terras altas”, a safra de 2024/2024 terá um aumento de 20%, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Esse número é reflexo da situação vivida nos últimos anos no estado, em que essa lavoura tem sido usada como opção para a segunda e até terceira safra.
De acordo com a Conab, a expectativa é que sejam produzidas 335 mil toneladas do cereal no estado. Com mais produtores investindo nessa cultura a área plantada aumentou 27% na comparação com a safra anterior, chegando a 95 mil hectares.
No começo do ano a estimativa da produção era de 10,8 toneladas no país, no entanto, com as enchentes no Rio Grande do Sul – grande produtor de arroz no país – os prejuízos ainda não foram calculados.
“O arroz tem gerado tanto interesse nos últimos quatro anos porque além de ser uma opção de rotação de culturas, traz uma rentabilidade que é interessante para os sistemas. No Cerrado temos elementos que beneficiam essa cultura, como o solo e o clima propícios”, explica o pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, Mábio Lacerda.
IRRIGAÇÃO
Apesar do clima favorecer o plantio do arroz em terras altas, cada vez mais empresários do agronegócio têm utilizado a irrigação como ferramenta para garantir a produtividade. Isso porque esse cereal é muito sensível e sem água na medida certa, grande parte da colheita pode ser perdida.
“Assim como em outras culturas, como a soja e o milho, o cultivo de arroz com a irrigação apresenta inúmeros benefícios, além de trazer estabilidade para o produtor, que não será afetado por adversidades climáticas”, enfatiza o presidente da Associação dos Produtores de Feijão, Pulses, Colheitas Especiais e Irrigantes de Mato Grosso (Aprofir-MT), Hugo Garcia.
Das técnicas utilizadas, os pivôs estão entre os mais vantajosos para os produtores. “Esse sistema diminui por quase metade o consumo de combustíveis dos maquinários, o desgaste dos equipamentos, a demanda de eletricidade usado na irrigação, além de reduzir os gastos com mão de obra e aumentar a eficiência do uso do nitrogênio”, argumenta o presidente da Aprofir-MT.