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Inicialmente previsto para ser lançado em Rondonópolis, no último dia 26, o anúncio do Plano Safra 2024/2025 acabou não acontecendo nem mesmo em Brasília, como o Palácio do Planalto disse que faria ao cancelar a vinda do presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT) a Rondonópolis para este fim.
Conforme o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, a quem coube ser o porta-voz da má notícia para o setor, que é um dos mais refratários ao governo Lula e que aguarda ansiosamente pelo anúncio do Plano Safra, o adiamento ocorreu em virtude da necessidade de um maior detalhamento da política de crédito oficial. A previsão dele é que o lançamento ocorra no próximo dia 3 de julho.
Informações de bastidores, no entanto, dão conta que o adiamento deve-se ao fechamento do valor dos recursos que serão disponibilizados.
O presidente Lula, que busca superar a forte resistência que encontra no setor, teria a intenção de lançar o Plano Safra 2024/25 com R$ 630 bilhões em recursos disponíveis ao financiamento de pequenos, médios e grandes produtores.
Uma quantia quase R$ 200 bilhões acima da ofertada no ano passado. Mas, o entrave é que o montante desejado pelo mandatário esbarra no orçamento e a equipe econômica alega que não há disponibilidade de recursos para mais de R$ 600 bilhões.
Enquanto o governo Lula quebra a cabeça para encontrar margem para lançar um Plano Safra robusto, o setor agropecuário, que já tem os dois pés atrás com o atual presidente, reagiu com duras críticas ao adiamento.
Como mostrou o A TRIBUNA ontem, o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber, lamentou o adiamento do anúncio.
Ele bateu duro e atribuiu a medida como sendo uma demonstração de “desorganização e incompetência do atual governo para gerenciar as políticas agrícolas do nosso país, colocando em risco o Produto Interno Bruto (PIB) e a economia, além de prejudicar os produtores e o planejamento para a próxima safra”.
Ele alertou ainda que a decisão pode atrasar o planejamento da safra e, como consequência, ocasionar atraso na entrega dos produtos e do plantio, trazendo prejuízos ainda maiores para os produtores e para a economia.
O que fica claro com toda a gritaria causada pela remarcação do lançamento do Plano Safra 2024/2025 é que amplia-se ainda mais os ruídos entre o governo Lula e o agronegócio, setor com qual vem tentando construir uma aproximação. Mas, até agora, não tem obtido êxito.