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O presidente Lula (PT) afirmou hoje, sexta-feira (21), que a anulação do leilão do arroz se deu porque houve uma “falcatrua numa empresa”.
O certame foi cancelado após matérias da imprensa, inclusive da Crusoé, revelarem indícios de incapacidade técnica e financeira de algumas empresas vencedoras.
“Tomei a decisão de importar 1 milhão de toneladas. Depois tivemos anulação do leilão porque houve uma falcatrua numa empresa. O arroz tem que chegar na mesa do povo no mínimo a R$ 20 o pacote de cinco quilos. Não dá pra ser um preço exorbitante”, disse o petista em entrevista à Rádio Meio FM, de Teresina, no Piauí.
O cancelamento do leilão de arroz foi anunciado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no último dia 11, mesma data em que o próprio Fávaro anunciou a saída do então o secretário de Política Agrícola, Neri Geller, do governo.
Um ex-assessor de Geller, que também é sócio do filho dele em uma empresa, foi um dos negociadores do leilão.
Entidades agrícolas e membros da oposição apontaram um suposto favorecimento da corretora do ex-funcionário de Neri Geller na concorrência. O governo anunciou a compra de arroz logo após o início das enchentes no Rio Grande do Sul.
O estado gaúcho é responsável por 70% da produção nacional do grão, mas já havia colhido 80% do cereal antes das inundações.
A ideia do governo é de que o arroz seja vendido em pacotes de 5 quilos por um preço tabelado de R$ 20 e com o rótulo do governo.
As suspeitas sobre o leilão de arroz
Como mostrou a revista Crusoé, no leilão realizado no dia 6 deste mês, para a compra de 263,3 mil toneladas de arroz, o governo federal aceitou que um pequeno supermercado, na região central de Macapá, fosse responsável por negociar mais da metade do valor negociado.
A Wisley A. de Sousa LTDA, nome empresarial do supermercado “Queijo Minas”, ficaria sob a responsabilidade de entregar 147,3 mil toneladas do grão, em uma transação superior a 736 milhões de reais.
A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para investigar o caso. Nesta semana, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o governo está desenhando um novo edital para realização da compra.